Intolerância Alimentar

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Quem já teve a sensação de inchaço abdominal com excesso de gases, cólicas, urgência em ir ao banheiro sabe o quanto é desconfortável.

Se essas queixas se relacionam com determinados alimentos, pode se tratar de intolerância alimentar.

A intolerância alimentar acomete até 20% da população e causa grande prejuízo na qualidade de vida de quem é portador.

Por que isso acontece?

O principal motivo de isso acontecer é o fato de haver uma absorção inadequada de determinados alimentos no intestino, os quais sofrem ação das bactérias intestinais (flora intestinal), levando a formação de gases e de outras substâncias, o que pode desencadear sintomas. Isso é mais intenso em algumas pessoas que apresentam uma “hipersensibilidade” intestinal, muito evidente em pessoas mais ansiosas.

Mas intolerância alimentar causa só sintomas intestinais?

Os sintomas digestivos são os mais comuns, mas também podem acontecer na forma de dores de cabeça, cansaço, insônia, manchas na pele e outros sintomas gerais.

Quais alimentos causam mais intolerância?

Os alimentos que mais frequentemente desencadeiam sintomas são carboidratos que compões os chamados Fodmaps, sendo eles:

Tipo de Fodmaps Onde é mais encontrado
Frutose Mel, suco de frutas, mação, pêra, melancia
Lactose Laticínios em geral, principalmente no leite
Frutanos Trigo, alho, cebola,
GOS Feijão, lentinha, grão de bico, soja
Polióis Adoçantes (xilitol), além de abacate e cogumelos

 

Basta então tirar esses alimentos da dieta?

Importante salientar a restrição de alimentos ricos em Fodmaps pode deixar a dieta pobre em fibras, cálcio e outros nutrientes e sempre deve ser seguida de acompanhamento profissional. Além de, na maioria das vezes, a restrição não precisa ser total. Por exemplo, muito frequentemente, uma pessoa intolerante a lactose pode consumir pequenas quantidades de laticínios como queijos e iogurtes por exemplo.

Quando a restrição de Fodmaps não é suficiente para o controle das queixas, deve-se atentar a outros alimentos ricos em cafeína, gorduras e até mesmo álcool, pois esses também podem ser gatilho de sintomas.

E o glúten?

A doença celíaca é uma doença autoimune desencadeada pelo consumo de glúten, onde há produção de anticorpos contra células intestinais. Difere da intolerância pois não se relaciona com má absorção. Existe descrito a chamada “intolerância ao glúten não celíaca”, mas o seu diagnóstico é muito controverso.

Como deve ser o tratamento?

A percepção da pessoa sobre que alimentos estão mais relacionados a suas queixas, complementando com alguns exames complementares, além de uma abordagem multidisciplinar, envolvendo médico, nutricionista e até psicólogos podem agregar valor ao tratamento.

O que mais pode ser feito para melhorar os sintomas?

Também há medidas médicas que podem amenizar o desconforto causado pelo consumo, como probióticos e enzimas digestivas e até alguns medicamentos.

E se for algo mais grave?

A intolerância, por si só, apesar do desconforto que gera, é um processo benigno. Importante atentar aos chamados “sinais de alarme”, que seriam a presença de anemia, perda de peso inexplicável e presença de sangue ou outras anormalidades nas fezes. Seu médico de confiança é o profissional mais capacitado para te orientar.

 

Por: Dr. Rômulo Gustavo Pereira
Gastroenterologia e Nutrologia
CRM/GO: 8829 | RQE: 5224 | RQE: 8404
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